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Reflexão da Sociedade e Seus Cuidados

Tendo como objetivo principal a reflexão sobre como está a sociedade quando se fala em qualidade de vida e em saúde mental, será importante pensar em um valioso filósofo que está impulsionando a pensar na sociedade atual.

Deve-se desenvolver o hábito de refletir através de alguns filósofos, pois quem sabe desta forma consiga-se entender e construir uma sociedade que de fato seja respeitosa e cuidadosa na sua essência. Pois, percebe-se que ainda se vive com falta de propósito e sem um rumo, buscando os extremos e não respeitando as pessoas como seres diversas habilidades e em suas opiniões.

Vê-se esse desrespeito todos os dias, na área da saúde, da educação, na política, nas empresas e nos hospitais.

Byung Han, um dos filosofo que é importante conhecer, faz referência a depressão como a expressão patológica do fracasso do homem pós-moderno em ser ele mesmo. Para Han somos classificados como a sociedade do cansaço onde as enfermidades psíquicas como a depressão e burnout são a expressão de uma profunda crise de liberdade. São um sinal patológico de que a liberdade está se transformando em coação. ¹

É uma sociedade das doenças emocionais, que lotam os prontos socorros em uma busca incessante de alívio rápido da dor existencial, da dor emocional e da dor moral. E esse alívio nem sempre chega, pois tantos médicos como clientes querem a rapidez na resolução e não entendem a importância de uma boa anamnese. 

Com o objeto de uma quebra de paradigma a saúde integrativa tem ganhado seus espaços com a intenção de apresentar estratégias para um novo olhar, que busca colocar o ser humano e suas facetas no centro de tudo. Não se é depressão, um coração, um fígado, um estresse, as pessoas são constituídas por um sistema, e como uma boa engrenagem, ele precisa estar harmônico em todas as áreas para que se possa buscar a cura ou a qualidade de vida necessária para esse ser humano. Esse olhar de cuidado amplo, não somente com o sujeito mais também com a sociedade e com família, dando a pessoa a tranquilidade que ele precisa para entender o que é, melhor para ele naquele momento.

Para que a medicina integrativa alcance um patamar desejado, ou que mais indivíduos e seus familiares sejam beneficiados deste olhar cuidadoso, que levanta a bandeira do autocuidado, será necessário pensar em um novo modelo educacional, onde palavras como cuidado, autocuidado, engajamento, morte, luto, finanças, depressão, ideação suicida… sejam faladas sem tabu, desde cedo nos ambientes escolares. O modelo do aluno como centro do processo é importante para que os jovens possam ser ensinados e florescerem.

Marcia Lobo explica que as doenças não podem mais ser vistas como algo totalmente fora de controle, como uma questão de destino, sorte ou azar. Você é responsável tanto pelo desenvolvimento de doenças crônicas quanto pelo privilégio de ficar livre delas ². Mas para isso é necessária uma conscientização, um diálogo aberto e cuidado, um ensinamento de que poderá fazer a diferença nas vidas se o sistema de saúde estiver preparado para uma saúde preventiva com um olhar holístico para o ser humano, englobando todos os aspectos da vida.

Busca-se uma política de saúde que traga a consciência o cuidado em todas as esferas da vida. Estamos nos construindo na luta para florescer amanhã como uma nova civilização… Mais alegre…Melhor porque incorpora em si mais humanidades. Mais generosa. ³

Essa busca acontece agora, com profissionais olhando para esse lugar de seres melhores e mais cuidados uns com os outros. Essa busca começou aqui no estudo das Bases da Medicina Integrativa.

REFERÊNCIAS

  1. Han, Byung-Chul. Sociedade do Cansaço; tradução de Ênio Paulo Giachini, 2ª edição ampliada – Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2019.
  2. Vidoto, Marcia Lobo. Saúde: Nua e Crua: Alimentos na Prevenção e Cura de Doenças, Peso Ideal e Qualidade de Vida. 3ª edição. São Paulo: Bio Editora, 2017
  3. Ribeiro, Darcy. O povo brasileiro: evolução e o sentido do Brasil, 2ª edição. São Paulo: Companhia das Letras, 1995